O papel do médico no respeito à identidade de gênero

Temos poucos e insuficientes dados confiáveis sobre as populações LGBTQIAPN+, por diversas questões, mas sabemos que profissionais e sistemas de saúde precisam fortalecer e aprofundar suas dinâmicas de atenção e cuidado para essas populações. Há pessoas que não procuram atendimento por medo de situações de preconceito e constrangimento, além do receio de não obter um atendimento adequado e que leve em consideração, de forma acolhedora e empática, a identidade de gênero, suas demandas e a forma de viver sua sexualidade.

Nesse sentido, o médico pode ser um grande agente de mudança diante de todos esses contextos. Trata-se de um dever ético dos profissionais de saúde assumir o compromisso de oferecer cuidado sem discriminação, atualizado cientificamente e centrado na singularidade de cada pessoa.

Sabemos, contudo, que essa não é a realidade. Há várias lacunas na formação médica, ausência de políticas estruturadas de educação continuada, além de condutas contaminadas por preconceitos, crenças pessoais e desatualização científica sobre o assunto.

Estudos indicam que a maioria da população LGBTQIAPN+ não informa ao profissional de saúde, de maneira espontânea, sobre sua identidade sexual e de gênero. Em grande parte dos casos isso se dá por medo. É inaceitável que os espaços de saúde continuem sendo hostis à diversidade, já reconhecida socialmente e cientificamente.

Cabe ao médico, portanto, assumir sua função como agente de mudança: criar ambientes seguros, escutar sem julgamentos, atualizar-se continuamente e promover um cuidado que reconheça e respeite a diversidade. Esse é um passo fundamental para a construção de um sistema de saúde verdadeiramente inclusivo, humano e comprometido com a equidade.


Bibliografia e leituras recomendadas

Se o conteúdo fez sentido para você

ou

ANA TERESA CAMARGO – CRM 190.513 – 2025 – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS